1. O valor de cálculo do esforço transverso VSd em cada secção transversal deve satisfazer:
VSd £ Vpl.Rd
em que Vpl.Rd é o valor de cálculo da resistência plástica ao esforço transverso dado por
Vpl.Rd = Av / gM0
2. A área de corte Av pode ser calculada utilizando o Quadro 16.
Quadro 16. Área de corte |
|
Perfis |
Av |
a. Perfis laminados em I, H ou U, carga paralela à alma |
1,04 h tw |
b. Perfis soldados em I, H e caixão, carga paralela à alma |
S (d tw) |
c. Perfis soldados em I, H, U e caixão, carga paralela aos banzos |
A - S (d tw) |
d. Perfis tubulares rectangulares laminados com espessura uniforme, carga paralela à altura |
A h / (b + h) |
e. Perfis tubulares rectangulares laminados com espessura uniforme, carga paralela à largura |
A b / (b + h) |
f. Perfis tubulares circulares e tubos com espessura uniforme |
2 A / p |
3. Nos outros casos, o valor de Av deve ser determinado de forma análoga.
4. Não é necessário ter em conta os furos para ligações nas verificações ao esforço transverso desde que:
Av.net ³ (fy / fu) Av
Quando Av.net for inferior a este limite, pode admitir-se uma área efectiva de corte com o valor de (fy / fu) Av.net.
5. A resistência à encurvadura por esforço transverso deve também ser verificada, tal como especificado no artigo 40.º quando:
no caso de uma alma não reforçada
no caso de uma alma reforçada
em que kt = coeficiente de encurvadura (ver Quadro 21)
6. O critério de rotura por esforço transverso apresentado no artigo 50.º deverá também ser verificado nas extremidades de um elemento.
1. Para as secções transversais das Classes 1 e 2, os seguintes critérios devem ser satisfeitos:
1) Força axial: (ver artigos 32.º ou 33.º)
2) Esforço transverso: (ver artigo 35.º)
3) Momento flector: (ver Quadro 17)
em que MN.V.Rd é o valor de cálculo reduzido do momento plástico tendo em conta a força axial e o esforço transverso.
4) Momento flector biaxial (flexão desviada):
2. Para as secções transversais da Classe 3, os seguintes critérios devem ser satisfeitos:
1) Força axial: (ver artigos 32.º ou 33.º)
2) Esforço transverso: (ver artigo 35.º)
3) Momento flector: (ver artigo 34.º)
4) Fórmula de interacção:
para
para
em que:r = (2 VSd / Vpl.Rd – 1)2
3. A resistência à encurvadura do elemento e à encurvadura lateral deve também ser verificada. (ver Secção III)
Quadro 17. Momento de resistência plástica reduzido MN.V.Rd tomando em conta a força axial e o esforço transverso (Para Classes 1 e 2) |
|||
Perfis |
Nível de carga axial |
Nível de esforço transverso |
|
VSd £ 0,5 Vpl.Rd |
VSd > 0,5 Vpl.Rd |
||
|
Baixo |
|
|
Elevado |
|
|
|
|
Baixo |
|
|
Elevado |
|
|
|
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|
|
|
|
|
Baixo |
|
|
Elevado |
|
|
|
|
Baixo |
|
|
Elevado |
|
|
|
|
Baixo |
|
|
Elevado |
|
|
|
Onde:
e
Baixo nível de carga axial: e
Elevado nível de carga axial: e |
1. O valor de cálculo da resistência à encurvadura de um elemento comprimido deve verificar:
NSd £ Nb.Rd
em que Nb.Rd é dado por Nb.Rd = cbA A fy / gM1
bA = 1 para secções transversais de Classes 1, 2 ou 3
bA = Aeff / A para secções transversais de Classe 4
c = factor de redução para o modo de encurvadura relevante
2. Para secções transversais uniformes, o valor de c pode ser determinado a partir da seguinte expressão:
em que:
a = factor de imperfeição (ver Quadro 18)
3. A esbelteza adimensional é dada por:
em que:
com (fy – N/mm2)
= esbelteza
4. A esbelteza pode ser calculada através da seguinte expressão:
em que = comprimento de encurvadura de um elemento comprimido, com as duas extremidades impedidas de se deslocarem lateralmente, pode, conservativamente, ser considerado igual ao seu comprimento nominal L.
i = raio de giração da secção transversal bruta, em relação ao eixo apropriado.
5. Para elementos de secção transversal variável ao longo do seu comprimento, os valores de c podem ser verificados através de uma análise de segunda ordem.
Quadro 18. Selecção da curva de encurvadura de uma secção transversal |
||||
Secção transversal |
Limites |
Encurvadura em relação ao eixo |
Curva de encurvadura |
Factor de imperfeição |
Perfis I laminados |
h / b > 1,2 e tf £ 40 mm |
y – y z – z |
a b |
0,21 0,34 |
h / b > 1,2 e 40 < tf < 100 |
y – y z – z |
b c |
0,34 0,49 |
|
h / b £ 1,2 e tf £ 100 mm |
y – y z – z |
b c |
0,34 0,49 |
|
h / b £ 1,2 e tf > 100 mm |
y – y z – z |
d d |
0,76 0,76 |
|
Perfis I soldados |
tf £ 40 |
y – y z – z |
b c |
0,34 0,49 |
tf > 40 |
y – y z – z |
c d |
0,49 0,76 |
|
Secções tubulares |
Laminadas a quente |
qualquer |
a |
0,21 |
Secções em caixão soldadas |
Em geral |
qualquer |
b |
0,34 |
Perfis U, L, T e secções sólidas |
qualquer |
c |
0,49 |
|
Nota: A curva de encurvadura é apresentada apenas para referência. Para informação adicional consultar a ENV 1993-1-1. |
1. Os elementos com secções transversais das Classes 1 e 2 sujeitas a uma combinação de flexão e compressão devem satisfazer a condição:
em que:
= menor dos valores de e .
,,, = obtidos a partir do artigo 37.º
, = factores de momento uniforme equivalente, correspondentes à encurvadura por varejamento (ver Quadro 19 e parágrafo 4)
2. Os elementos com secções transversais das Classes 1 e 2 para os quais a encurvadura lateral é um modo de colapso possível devem satisfazer igualmente a condição:
em que:
, = obtidos a partir do artigo 39.º
factor de momento uniforme equivalente, correspondente à encurvadura lateral (ver Quadro 19 e parágrafo 4)
3. A verificação de resistência à encurvadura para os elementos das Classes 3 e 4 deve seguir o descrito no capítulo 5.5.4 de ENV1993-1-1.
4. Os factores de momento uniforme equivalente bM.y,bM.z,bM.LT devem ser obtidos a partir do Quadro 19, de acordo com a forma do diagrama de momentos de flexão, entre pontos contraventados do seguinte modo:
Coeficientes |
momento em |
contraventamento direcção |
|
y - y |
z - z |
|
z - z |
y - y |
|
y - y |
y - y |
Quadro 19. Factores de momento uniforme equivalente bM |
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Diagrama dos momentos |
Factor de momento uniforme equivalente |
Momentos nas extremidades
|
|
Momentos devidos a cargas laterais no plano
|
|
Momentos devidos a cargas laterais no plano
|
|
1. Não é necessário verificar a resistência à encurvadura lateral de vigas com contraventamento lateral.
2. O valor de cálculo do momento resistente à encurvadura lateral de uma viga sem contraventamento lateral deve verificar:
MSd £ Mb.Rd
Em que Mb.Rd é dado por
= 1 para secções transversais de Classe 1 ou Classe 2;
para secções transversais de Classe 3;
para secções transversais de Classe 4;
= factor de redução para a encurvadura lateral.
3. O valor de cLT pode ser determinado a partir da expressão:
em que:
;
para secções laminadas (curva a);
para secções soldadas (curva c);
4. A esbelteza normalizada pode ser determinada a partir da expressão:
em que:
;
(fy : N/mm2); (ver artigo 37.º)
It = constante de torsão;
Iw = constante de enfunamento («warping»);
C1 = factor dependente da situação de carga e das condições de restrição de movimento, indicado por y e por k (ver Quadro 20);
y = relação do momento final entre as restrições de movimento lateral;
k = Factor de comprimento efectivo para rotação no plano, que é igual a 0,5 para uma fixação total e 1,0 sem qualquer fixação, sendo 0,7 para o caso em que uma extremidade está livre e a outra fixa.
5. No caso em que a esbelteza normalizada , não é necessário considerar a encurvadura lateral.
Quadro 20. Valores do factor C1 correspondendo a valores do factor k: Carregamento no momento final |
|||
arregamento e situações de suporte |
Diagrama do momento flector |
Valor de k |
Valores de C1 |
y = +1 |
1,0 |
1,000 |
|
0,7 |
1,000 |
||
0,5 |
1,000 |
||
y = 0
|
1,0 |
1,879 |
|
0,7 |
2,092 |
||
0,5 |
2,150 |
||
y = -1 |
1,0 |
2,752 |
|
0,7 |
3,063 |
||
0,5 |
3,149 |
||
1,0 |
1,132 |
||
0,5 |
0,972 |
||
1,0 |
1,285 |
||
0,5 |
0,712 |
1. Bases
1)As almas com d/tw superior a 69e para uma alma não reforçada, ou (ver Quadro 21 para valores de kt) para uma alma reforçada, devem ser verificadas quanto à resistência à encurvadura por esforço transverso;
2) Para as almas sem reforços transversais intermédios e para as almas apenas com reforços transversais, a resistência à encurvadura por esforço transverso pode ser verificada utilizando:
O método simples de resistência pós-encurvadura – apresentado seguidamente;
O método do campo diagonal de tracções – consultar a cláusula 5.6 da ENV1993-1-1.
2. Método simples de resistência pós-encurvadura
1) No método simples de resistência pós-encurvadura, o cálculo do esforço transverso resistente à encurvadura Vba.Rd deve verificar:
VSd £ Vba.Rd
em que Vba.Rd é dado por
é a resistência pós-encurvadura ao corte que depende da esbelteza da alma lw (verQuadro 22);
2) A esbelteza da alma lw é determinada a partir de:
em que kt= coeficiente de encurvadura (ver Quadro 21).
Quadro 21. Coeficiente de encurvadura kt |
|||||
Almas com reforços transversais nos apoios |
kt |
||||
sem reforços transversais intermédios |
5,34 |
||||
reforços transversais intermédios com a / d < 1 |
4 + 5,34 / ( a / d)2 |
||||
reforços transversais intermédios com a / d ³ 1 |
5,34 + 4/(a / d)2 |
||||
Nota: a = espaçamento livre entre reforços transversais d = altura da alma
|
|||||
Quadro 22. Resistência pós-encurvadura ao corte |
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||||
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|
|
|
|
|
Nota: fyw = tensão de cedência da alma
|
|
||||
3. Momento flector e esforço transverso
1) Desde que VSd não exceda 50% de Vba.Rd, a resistência de cálculo da secção transversal ao momento flector não tem que ser reduzida para ter em conta o esforço transverso;
2) Quando VSd excede 50 % de Vba.Rd, a resistência de cálculo da secção transversal deve ser reduzida a Mv.Rd do seguinte modo:
em que:
Mf.Rd = valor de cálculo da resistência à flexão plástica de uma secção transversal constituída apenas por banzos, tendo em conta a largura efectiva beff do banzo comprimido.
Para impedir a possibilidade do banzo comprimido encurvar no plano da alma, a relação d/tw da alma deve satisfazer o critério seguinte:
em que:
Aw é a área da secção da alma;
Afc é a área da secção do banzo comprimido;
fyf é a tensão de cedência do banzo comprimido;
k = 0,3 para banzos de Classe 1;
0,4 para banzos de Classe 2;
0,55 para banzos de Classe 3 ou Classe 4.
1. A resistência de uma alma não reforçada a forças transversais aplicadas através de um banzo é condicionada por um dos seguintes modos de colapso (ver Figura 2):
1) Esmagamento da alma junto ao banzo, acompanhado de deformação plástica do banzo;
2) Enrugamento da alma sob a forma de encurvadura e esmagamento localizado da alma junto ao banzo, acompanhados de deformação plástica do banzo;
3) Encurvadura da alma abrangendo a maior parte da altura da peça.
|
Figura 2. Modos de colapso devido à introdução de carga |
2. Quando as forças são aplicadas através de um banzo e equilibradas por esforço transverso na alma, a resistência da alma às forças transversais deve ser considerada como o menor dos valores:
da resistência ao esmagamento Ry.Rd (ver parágrafo 4);
da resistência ao enrugamento Ra.Rd (ver parágrafo 5).
3. Nos casos em que as forças são aplicadas a um banzo e transferidas através da alma directamente ao outro banzo, a resistência da alma às forças transversais deve ser considerada como o menor dos valores:
da resistência ao esmagamento Ry.Rd (ver parágrafo 4);
da resistência à encurvadura Rb.Rd (ver parágrafo 6).
4. Resistência ao esmagamento Ry.Rd
O valor de cálculo da resistência ao esmagamento Ry.Rd da alma de uma secção I, H ou U deve ser obtido a partir de:
Ry.Rd = (ss + sy) tw fyw / gM1
em que:
ss = comprimento de apoio rígido;
mas bf não deve ser considerado superior a 25tf e na extremidade de uma peça sy deve ser reduzido a metade;
sf.Ed é a tensão longitudinal do banzo.
5. Resistência ao enrugamento Ra.Rd
O valor de cálculo da resistência ao enrugamento Ra.Rd da alma de uma secção I, H ou U obtém-se a partir de:
Mas ss/d não deve ser considerado superior a 0,2. Nos casos em que a peça também esteja sujeita a momentos flectores, devem ser satisfeitos os seguintes critérios:
6. Resistência à encurvadura Rb.Rd
O valor de cálculo da resistência à encurvadura Rb.Rd da alma de uma Secção I, H ou U obtém-se considerando a alma como um elemento fictício comprimido com uma largura efectiva beff obtida a partir de:
(ver Quadro 23)
A resistência à encurvadura deve ser determinada com base no artigo 37.º considerando a curva de encurvadura c e bA=1.
Quadro 23. Largura efectiva para resistência da alma à encurvadura |
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