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Notas em LegisMac | |||
O Chefe do Executivo, depois de ouvido o Conselho Executivo, decreta, nos termos da alínea 5) do artigo 50.º da Lei Básica da Região Administrativa Especial de Macau, para valer como regulamento administrativo, o seguinte:
É aprovado o Regulamento Técnico dos Gasodutos de Transporte de Gases Combustíveis, anexo ao presente diploma e do qual faz parte integrante.
O presente diploma entra em vigor 30 dias após a sua publicação.
Aprovado em 11 de Dezembro de 2002
Publique-se.
O Chefe do Executivo, Ho Hau Wah.
Pelo presente regulamento são estabelecidas as condições técnicas a que devem obedecer o projecto, a construção, a exploração e a manutenção de gasodutos de transporte de gases combustíveis, adiante designados abreviadamente por gasodutos.
1. O presente regulamento aplica-se aos gasodutos de transporte de gás combustível cujas pressões de serviço sejam iguais ou superiores a 4 b.
2. Relativamente à pressão de serviço, consideram-se os seguintes escalões:
1.º escalão - pressão de serviço superior a 20 b;
2.º escalão - pressão de serviço igual ou inferior a 20 b e igual ou superior a 4 b.
3. Os valores referidos no número anterior podem ser alterados por despacho do Chefe do Executivo a publicar no Boletim Oficial.
Para garantir as necessárias condições de segurança devem ser instalados nos gasodutos dispositivos limitadores da pressão devidamente aprovados.
As tubagens devem ser de diâmetro igual ou superior a 100 mm.
As redes devem ser representadas cartograficamente, em escala adequada, com as seguintes indicações:
1) Respectivo posicionamento, em projecção horizontal, com indicação da profundidade de enterramento;
2) Diâmetro da tubagem;
3) Acessórios (válvulas, juntas e outros) e a respectiva localização;
4) Eventuais pormenores relativos a obras especiais.
1. As tubagens enterradas devem ser sinalizadas com uma banda de cor amarela, situada a 0,3 m acima da geratriz superior e com uma largura mínima de 0,2 m, contendo os termos "Atenção - Gás", em chinês e em português, bem visíveis e indeléveis, inscritos a intervalos não superiores a 1 m.
2. Fora dos núcleos habitacionais devem ser colocados e mantidos, na vertical do eixo dos gasodutos, sinalizadores que indiquem a sua correcta localização e que não fiquem espaçados em mais de 500 m.
A temperatura do gás transportado deve ser compatível com a perfeita conservação dos revestimentos interiores, caso existam, e exteriores das tubagens, nunca excedendo 120° C em qualquer ponto destas.
1. O gás deve ser não corrosivo.
2. É admissível o grau máximo de corrosividade 1 A, de acordo com a norma NP-1 333, ou de outra tecnicamente equivalente.
Na construção das tubagens devem ser utilizados tubos de aço, fabricados, ensaiados e controlados de acordo com as normas técnicas indicadas neste capítulo.
Os diâmetros e espessuras nominais dos tubos devem ser os que constam das normas aplicáveis, designadamente da norma NP-1 641 ou outra tecnicamente equivalente.
1. O alongamento relativo dos tubos não deve ser inferior aos valores indicados nas normas mencionadas no artigo 61.º.
2. A relação entre o limite elástico e a resistência à rotura do metal dos tubos não deve exceder 0,85.
3. A determinação do alongamento relativo, do limite elástico e da resistência à rotura do metal dos tubos deve ser efectuada de acordo com as normas mencionadas no artigo 61.º.
1. A temperatura de transição do metal deve ser inferior à temperatura mais baixa que as tubagens possam vir a sofrer durante os ensaios indicados nos artigos 53.º e 54.º ou durante a exploração.
2. A verificação do requisito expresso no número anterior é concretizada pela medição da resiliência, de acordo com as normas referidas no artigo 61.º.
Os tubos a utilizar na construção dos gasodutos devem ser fabricados com aço vazado pré-desoxigenado, podendo ser sem costura, com costura longitudinal ou com costura helicoidal.
A composição química do aço utilizado na fabricação dos tubos deve assegurar boas condições de soldabilidade, ductilidade e resiliência, tendo estas, como critério, os valores do alongamento relativo e da temperatura de transição mencionados nos artigos 11.º e 12.º e obedecer aos valores indicados nas normas aplicáveis previstas no artigo 61.º.
1. O fabricante dos tubos deve fazer acompanhar cada lote de um certificado, no qual se discriminem:
1) A qualidade do material, com a indicação da composição química e teor limite dos componentes, características mecânicas, tolerâncias dimensionais e defeitos encontrados;
2) O processo de fabrico dos tubos;
3) O procedimento da execução das soldaduras e condições da sua aceitação, quando se trate de tubos soldados;
4) As modalidades dos controlos e ensaios efectuados nas diversas fases do fabrico dos tubos, nomeadamente o tipo, método, número e critérios de aceitação;
5) As condições de realização da prova hidráulica e, sendo caso disso, dos ensaios não destrutivos.
2. Os tubos devem ser marcados de acordo com a norma de fabrico aplicável.
No seu fabrico, cada tubo está obrigatoriamente sujeito aos ensaios e controlos previstos nas normas aplicáveis mencionadas no artigo 61.º, nomeadamente ao estabelecido no n.º 2 do artigo 12.º.
1. As pressões de ensaio devem provocar tensões de tracção perimetrais (s), função da espessura fixada pelas normas, que, tendo em conta a tolerância mínima, devem estar compreendidas entre 95% e 100% do limite elástico mínimo indicado.
2. As pressões referidas no presente regulamento, sem qualquer outra indicação, são pressões relativas.
1. As pressões máxima e mínima do ensaio em fábrica, expressas em bares, correspondendo respectivamente às tensões limite, são determinadas pela forma indicada no quadro seguinte:
Tensão de tracção perimetral (s) |
Pressões de ensaio (r) | ||||||||||||
Mínima | Máxima | Mínima | Máxima | ||||||||||
0.95 x E | E |
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E = limite elástico mínimo do metal, fixado nas especificações dos tubos, expresso em newtons por milímetro quadrado;
D = diâmetro exterior nominal do tubo, expresso em milímetros;
e = espessura nominal da parede do tubo, expressa em milímetros;
d = tolerância da espessura mínima, expressa em percentagem de e.
2. Os valores de E, D, e d que devem ser considerados para a determinação das pressões mínima e máxima de ensaio após fabrico são os indicados nos certificados de fornecimento dos tubos referidos no artigo 15.º.
3. Se, para determinação do limite elástico, as especificações de fornecimento dos tubos utilizarem um método diferente do prescrito no n.º 1, a expressão das tensões de tracção perimetral (s), máxima e mínima, e das pressões de prova correspondentes, em função do valor do limite elástico assim medido, devem ser tais que as tensões (s) e as pressões de prova assim calculadas sejam idênticas às determinadas como indicado no quadro I.
4. No âmbito do presente regulamento, entende-se por tensão de tracção perimetral (s) o esforço de tracção actuando tangencialmente à circunferência exterior da secção recta das tubagens, produzida pela pressão do fluido no seu interior.
5. O limite elástico convencional, abreviadamente designado por limite elástico, pretende designar a carga necessária para, em relação à secção inicial do provete, provocar o alongamento, plástico e elástico em carga, de 0,5% do comprimento inicial entre marcas, de acordo com as normas mencionadas no artigo 61.º.
1. O limite máximo da pressão de prova hidráulica é de 210 b e visa apenas o controlo de fabrico.
2. A pressão de prova hidráulica referida no número anterior é controlo de fabrico e não tem relação com as pressões de serviço a que os tubos possam vir a ser submetidos.
As curvas, uniões e outros acessórios utilizados na construção dos gasodutos devem ser de aço, compatíveis com as condições de serviço previstas para o troço em que se inserem, e satisfazer as normas aplicáveis previstas no artigo 61.º.
Os dispositivos e acessórios referidos no presente capítulo devem ser submetidos, em fábrica, a uma prova hidráulica com a duração mínima de 15 minutos, a uma pressão não inferior a 150 % da pressão de serviço máxima.
1. Todos os acessórios devem ser de modelo aprovado e obedecer aos requisitos estabelecidos nas normas ou especificações técnicas previstas no artigo 61.º e adoptadas pelo projectista.
2. Todos os acessórios devem ser marcados de acordo com a norma de fabrico.
As ligações flangeadas devem obedecer às normas aplicáveis, previstas no artigo 61.º e adoptadas pelo projectista.
1. A pressão de cálculo para uma tubagem de espessura nominal dada ou a espessura nominal para uma pressão de cálculo fixada, devem ser determinadas pela seguinte fórmula:
P = ((20 x E x e)/D) x F
sendo:
P = pressão de cálculo, expressa em bares;
E = limite elástico mínimo do metal fixado nas especificações dos tubos, expresso em newtons por milímetro quadrado;
D = diâmetro exterior nominal dos tubos, expresso em milímetros;
e = espessura nominal da parede dos tubos, expressa em milímetros;
F = factor de segurança correspondente à categoria do local de implantação das tubagens aplicável nos termos do quadro II do artigo 29.º.
2. A pressão de cálculo é a pressão máxima permitida, em função dos materiais utilizados e da categoria do local de implantação das tubagens.
3. A fórmula mencionada no n.º 1 pode também ser usada para calcular a espessura da parede dos tubos, não devendo, contudo, neste caso, ser consideradas as tolerâncias para menos admitidas nas normas de fabrico dos tubos.
4. O valor máximo da pressão de serviço não deve, em caso algum, ultrapassar o valor da pressão de cálculo.
1. Em matéria de segurança, os locais para a implantação das tubagens são classificados em quatro categorias, definidas tendo em atenção, entre outros factores:
1) A densidade da população;
2) A natureza, importância e fim a que se destinam as edificações, construções e obras de arte aí existentes;
3) A intensidade dos tráfegos ferroviário e rodoviário.
2. Em cada categoria de local devem ser respeitados:
1) Tipo de construção, caracterizado por um valor máximo determinado para a tensão de tracção perimetral (s) admissível para os tubos, de acordo com as normas mencionadas no artigo 61.º;
2) A distância mínima entre as tubagens e os edifícios, construções e obras de arte vizinhas.
1. As categorias 1 e 2 correspondem a regiões desérticas ou montanhosas, pastagens, terras de cultivo, zonas rurais, zonas na proximidade de aglomerações e, em geral, a todas as localizações não compreendidas nas categorias 3 e 4.
2. Para se obter a densidade de edifícios por km, apenas são contabilizáveis os imóveis susceptíveis de serem ocupados por pessoas, situados no interior de uma faixa de terreno com 0,4 km de largura para cada lado do eixo do traçado da tubagem projectada e 1 km de comprimento.
3. Na categoria 1 são abrangidos os locais nos quais a densidade de edifícios por quilómetro seja inferior a 13.
4. Incluem-se na categoria 2 os locais em que a densidade de edifícios por quilómetro seja igual ou superior a 13.
A categoria 3 corresponde a zonas residenciais ou comerciais, nos casos em que as edificações ocupem, pelo menos, 10% das parcelas de terreno adjacentes à rua ou à faixa segundo a qual se desenvolve o gasoduto, desde que a altura dos referidos edifícios não exceda três pisos acima do nível do solo.
A categoria 4 integra as zonas nas quais se verifiquem cumulativamente as seguintes condições:
1) Predominância de edifícios de quatro ou mais pisos acima do nível do solo;
2) Tráfego intenso;
3) Existência, no subsolo, de numerosas instalações de infra-estruturas, nomeadamente canalizações, cabos eléctricos ou de telecomunicações.
As tensões de tracção perimetral (s) máximas admissíveis para o metal dos tubos, em função do limite elástico E, são fixadas no quadro seguinte:
Categoria de localização |
Factor de segurança (F) |
Valor correspondente da tensão de tracção perimetral máxima (s) |
Categoria 1 | 0,72 | 0.72 x E |
Categoria 2 | 0,60 | 0.72 x E |
Categoria 3 | 0,50 | 0.72 x E |
Categoria 4 | 0,40 | 0.72 x E |
Só é permitida a implantação de gasodutos nos locais de categoria 4 desde que as suas pressões de serviço não ultrapassem 20 b.
1. O eixo longitudinal dos gasodutos deve situar-se a uma distância mínima de 25 m de qualquer edifício habitado.
2. Relativamente às construções que recebem público ou que apresentem riscos particulares, nomeadamente de incêndio ou explosão, o eixo longitudinal dos gasodutos deve ficar situado a uma distância igual ou superior a 75 m.
3. As distâncias referidas nos números anteriores podem ser reduzidas para os valores constantes do quadro III, desde que o projectista adopte algum ou alguns dos procedimentos de segurança suplementares previstos nas alíneas seguintes:
1) Reforço da espessura da própria tubagem, que deve ser definida com base na fórmula estabelecida no n.º 1 do artigo 24.º utilizando um valor de pressão P, aumentado de 25%;
2) Adopção de uma ou mais das protecções adicionais a seguir indicadas:
· Envolvimento da tubagem por uma manga metálica;
· Interposição de um muro cego de betão;
· Galeria com segmentos de betão armado, em forma de "U" invertido de acordo com a figura (a);
· Cobertura de chapa sobre camada de betão, de acordo com a figura (b);
· Cobertura com caleira invertida de chapa reforçada, de acordo com a figura (c);
· Caleira invertida de betão armado, de acordo com a figura (d);
· Cofragem lateral de chapa de aço, de acordo com a figura (e);
· Cobertura de placas de betão armado de acordo com a figura (f).
Diâmetro nominal (milímetros) |
Distância em metros, para | ||
Ps (*) > 20 b |
4 <= Ps (*) <= 20 b | ||
Edifícios futuros |
Edifícios existentes |
||
100 - 150 | 2,5 | 2,0 | 1,0 |
175 - 250 | 4,0 | 3,0 | 1,5 |
300 - 450 | 7,0 | 5,0 | 2,0 |
> 500 | 10,0 | 7,5 | 3,0 |
(*) Ps: pressão de serviço.
4. Quando se adoptar uma das soluções previstas na alínea 2) do número anterior, o elemento de protecção deve ser colocado de modo a que as distâncias entre os seus extremos e os pontos mais próximos dos edifícios obedeçam ao estabelecido no quadro III.
1. As tubagens devem assentar uniformemente sobre o fundo da vala e ser acondicionadas com os materiais adequados, de forma a ser evitada a deterioração quer dos tubos quer dos seus revestimentos.
2. Sempre que a natureza do terreno possa ser considerada agressiva para a tubagem, deve esta ser instalada sobre uma camada de areia doce ou material equivalente, uniformemente distribuído no fundo da vala, com uma espessura mínima de 0,1 m.
3. A tubagem deve, ainda, ficar completamente envolvida com o material referido no número anterior, mantendo-se, em todas as direcções, a espessura mínima aí indicada.
4. Os revestimentos das tubagens devem ser inteiramente reparados ou completados, no caso de terem sido danificados ou estarem incompletos.
5. Os troços da tubagem, ao serem colocados nas valas, devem ser obturados com tampões provisórios, a retirar quando da sua interligação, ocasião em que se deve verificar a inexistência de corpos estranhos no seu interior.
1. A profundidade normal de implantação das tubagens, determinada pela distância entre a geratriz superior da tubagem e o nível do solo, deve ser pelo menos de 0,8 m, tendo-se em consideração as características dos terrenos.
2. A profundidade mínima de implantação das tubagens sob as vias-férreas e as estradas de grande circulação deve ser de 1 m, sendo as mesmas, em tais casos, protegidas com uma manga, nos termos definidos no n.º 5 do artigo 35.º.
3. Em casos especiais, devidamente justificados, pode a profundidade mínima das tubagens ser reduzida, desde que estas não colidam com outras tubagens e fiquem protegidas em termos adequados contra cargas excessivas, nomeadamente com uma manga de protecção, de modo a garantir condições de segurança equivalentes às de um enterramento normal.
1. Quando as tubagens se encontrarem situadas na proximidade de outras instalações subterrâneas preexistentes, deve ser respeitada, entre os pontos mais próximos das duas obras, uma distância mínima de 0,8 m.
2. Quando não for possível respeitar a distância mínima referida no número anterior, a tubagem de gás deve ser instalada no interior de uma manga de protecção, prolongada, para ambos os lados do ponto de maior proximidade, de um mínimo de:
1) 1 m, quando a tubagem do gás se situa a um nível superior aos das outras canalizações;
2) 3 m, quando a tubagem do gás se situa a um nível inferior aos das outras tubagens.
3. No caso de percursos paralelos entre tubagens de gás e outras canalizações preexistentes destinadas a outros fins, nomeadamente cabos eléctricos, de telecomunicações, águas ou esgotos, a distância mínima entre as duas superfícies externas deve ser igual ou superior à profundidade de implantação imposta no artigo 33.º, excepto se a tubagem de gás ficar protegida por uma barreira contínua de separação.
4. Os valores referidos no número anterior devem ser aumentados, de forma a serem obviados os riscos decorrentes da execução de quaisquer trabalhos de uma instalação sobre outra que se encontre na sua proximidade.
1. Devem ser evitados os cruzamentos sobre componentes susceptíveis de intervenções mais frequentes ou que requeiram a utilização de equipamentos de manutenção especialmente volumosos.
2. Para a travessia de obstáculos hidrográficos, pântanos, terras inundáveis, terrenos de fraca consistência ou movediços, devem ser tomadas medidas especiais adequadas a assegurar a estabilidade da tubagem no nível fixado, impedindo-a, quando for caso disso, de subir para a superfície do solo ou flutuar.
3. De igual modo, devem ser adoptadas as medidas adequadas, em caso de se verificarem eventuais vibrações provocadas pelas estações de compressão, nos troços de tubagem a montante e a jusante das mesmas.
4. Depois de instaladas nas valas e antes de realizados os ensaios de recepção, deve o interior das tubagens ser cuidadosamente limpo e desembaraçado de quaisquer corpos estranhos.
5. Nas travessias das vias-férreas, cursos de água ou estradas, devem as tubagens ser instaladas com uma manga de protecção de resistência adequada aos esforços a que vai ser submetida, em toda a extensão da travessia.
6. O espaço anelar entre a tubagem e a manga deve ser convenientemente ventilado, de modo a que eventuais fugas de gás sejam conduzidas até aos extremos da manga, os quais devem descarregar essas fugas de forma a não constituírem perigo.
7. Quando, como elementos de protecção, forem utilizadas as mangas metálicas, devem estas ser equipadas com diafragmas de seccionamento da coroa circular espaçados no máximo de 150 m e cada um destes segmentos dispor de tubos de ventilação, situados na proximidade de ambas as extremidades, com diâmetro interno igual ou superior a 34 mm, cujas saídas devem ser protegidas com uma rede metálica do tipo corta-chama, descarregando em locais onde não constituam perigo para pessoas e bens.
8. As mangas de protecção metálica devem ser protegidas da seguinte forma:
1) Contra a corrosão, interna e externamente;
2) Com isolamento eléctrico, em relação à tubagem que envolvem;
3) Com protecção catódica, sempre que necessário.
1. As tubagens de aço enterradas devem possuir um revestimento de protecção contra as acções agressivas do meio em que são instaladas e contra as corrosões provocadas por correntes eléctricas naturais ou vagabundas.
2. Os revestimentos devem ser de materiais adequados, nomeadamente dos seguintes tipos:
1) Betume ou alcatrão isentos de fenóis, suportados com banda de fibra de vidro ou outro material imputrescível;
2) Resinas sintéticas.
3. A espessura do revestimento deve ter valor apropriado ao tipo de material utilizado e às condições de instalação e ser controlada por meios adequados, nomeadamente ultra-sons.
4. A rigidez dieléctrica do revestimento dos tubos de aço deve ser de 5 000 V, acrescida de 5 000 V por milímetro de espessura de camada isolante, até um máximo de 25 000 V.
5. Quando os gasodutos tiverem de ser implantados nas proximidades de estruturas de suporte de linhas aéreas de alta tensão ou em paralelo com cabos eléctricos enterrados, devem ser tomadas medidas que garantam a manutenção da protecção e do isolamento eléctricos dos gasodutos.
1. As tubagens de aço enterradas devem ser providas de um sistema de protecção catódica sempre que, tecnicamente, a natureza do terreno o justifique.
2. A protecção catódica aplicada deve fornecer à tubagem um potencial negativo do tubo em relação à terra, de valor adequado.
3. A protecção catódica pode ser dispensada nos troços que disponham de revestimento eficiente e estejam electricamente isolados da restante tubagem por meio de juntas isolantes.
1. A instalação dos gasodutos pode incluir troços aéreos ou à superfície, no atravessamento de regiões pantanosas, montanhosas ou susceptíveis de serem afectadas por movimentos dos terrenos ou por desmoronamentos.
2. Nos casos do atravessamento de cursos de água, desníveis ou similares, pode ser autorizada a utilização das obras de arte existentes, à excepção das estruturas metálicas importantes, sempre na condição de serem tomadas as medidas de segurança específicas de cada caso particular.
3. Nestes casos, os gasodutos não podem ser instalados em espaços não ventilados ou não acessíveis para inspecção e manutenção.
1. A espessura das paredes das tubagens aéreas deve ser determinada tendo em atenção o conjunto das forças longitudinais e transversais que agem simultaneamente sobre a tubagem.
2. Os projectos de construção de tubagens aéreas devem ter ainda em conta os problemas de compensação das deformações longitudinais devidas à temperatura.
Quando a tubagem aérea ou à superfície se cruze com uma linha eléctrica aérea de alta tensão, ou dela se encontre próxima, a uma distância inferior à altura dos cabos eléctricos em relação ao solo, devem ser observadas as seguintes medidas:
1) Aplicação de juntas isolantes;
2) Ligação da tubagem à terra.
Os troços de gasodutos aéreos ou instalados à superfície devem ser externamente protegidos contra os agentes atmosféricos e eventuais acções mecânicas, mediante pintura, metalização, guarda mecânica ou qualquer outro processo adequado.
1. Em ordem a permitir a utilização de equipamentos de limpeza e inspecção, sem interrupção de serviço, devem os gasodutos ser equipados com os necessários dispositivos de introdução e remoção do equipamento de limpeza e inspecção.
2. Devem ser utilizados raios de curvatura, ligações de ramais ou outro tipo de equipamentos, de dimensões adequadas à limpeza e inspecção do interior dos gasodutos, com o auxílio de equipamentos de limpeza e inspecção.
1. As soldaduras dos tubos devem ser executadas em conformidade com procedimentos certificados por soldadores devidamente qualificados.
2. Os procedimentos de soldadura, o controlo visual, os ensaios destrutivos e não destrutivos relativos à qualidade das soldaduras devem satisfazer os requisitos das normas aplicáveis, previstas no artigo 61.º.
3. As soldaduras devem ser controladas a 100%, por exames radiográficos ou por outros meios não destrutivos, com interpretação dos resultados feita por um técnico certificado.
4. O metal de adição a usar nas soldaduras deve corresponder às características do aço dos tubos a soldar.
5. A ligação dos diversos elementos constituintes do gasoduto, designadamente tubos, acessórios de ligação e dispositivos diversos, deve ser realizada, no decorrer da construção, por meio de soldadura eléctrica topo a topo, quando se trate de tubagem enterrada.
6. As soldaduras topo a topo devem ser executadas com os topos dos tubos devidamente chanfrados.
7. Os tubos de aço com costura longitudinal ou helicoidal devem ser ligados entre si de forma a que as respectivas soldaduras fiquem desfasadas.
Nas ligações de dispositivos ou acessórios podem ser utilizadas juntas flangeadas.
1. As mudanças de direcção das tubagens podem ser realizadas mediante a utilização de:
1) Curvas de grande raio de curvatura, produzidas a partir de tubos com ou sem costura, empregando máquinas de dobrar tubo sem formação de pregas, quer na fábrica, a frio ou a quente, quer no estaleiro, somente a frio, depois de submetidas aos ensaios previstos no artigo 16.º;
2) Curvas de reduzido raio de curvatura, produzidas na fábrica e com os requisitos estabelecidos no artigo 22.º;
3) Curvas feitas por soldadura de troços direitos, que só excepcionalmente devem ser aplicadas.
2. São proibidas as curvas referidas na alínea 3) do número anterior nos seguintes casos:
1) Em tubagens previstas para serem utilizadas com pressões de serviço máximas, correspondendo a tensões de tracção perimetrais nos tubos direitos, iguais ou superiores a 40% do limite elástico mínimo especificado;
2) Quando o ângulo entre os dois elementos direitos adjacentes da curva for superior a 12° 30º.
Todas as soldaduras de curvas realizadas em tubos direitos soldados devem ser controladas a 100% por processos não destrutivos, em conformidade com o artigo 16.º.
Na instalação de uma derivação devem ser tomadas as medidas adequadas a assegurar que a resistência do conjunto seja igual à dos elementos originais.
Nas tubagens devem ser instaladas válvulas de seccionamento, automáticas ou telecomandadas, com intervalos não superiores a:
1) 10 km, nas zonas correspondentes às categorias 1, 2 e 3;
2) 5 km, nas zonas correspondentes à categoria 4.
Todas as derivações ou ligações ao gasoduto de transporte devem incluir uma válvula de corte, colocada o mais perto possível do ponto de ligação.
1. Cada troço do gasoduto de transporte compreendido entre duas válvulas deve poder ser isolado da rede, de forma a manter condições de segurança.
2. Devem ser instaladas uma ou mais válvulas de purga entre cada duas válvulas de seccionamento, de forma a poder purgar a tubagem com rapidez e segurança.
1. Antes da entrada em serviço, devem as tubagens ser submetidas aos ensaios de resistência mecânica e de estanquidade em todo o seu comprimento, de uma só vez ou por troços, depois de adoptadas as adequadas precauções tendentes à garantia da segurança de pessoas e bens.
2. Os ensaios dos troços de tubagem a colocar dentro de mangas de protecção devem ser feitos, separadamente e fora destas, antes da montagem no local.
3. As verificações previstas no número anterior não dispensam o ensaio final do conjunto da rede.
1. Deve proceder-se à medição contínua de pressões e temperaturas durante todo o ensaio, com o auxílio de aparelhos registadores e de um indicador de pressão calibrado, para as leituras inicial e final.
2. Os valores das pressões devem ser corrigidos tendo em conta variações das temperaturas do fluido utilizado no ensaio, da parede do tubo, do terreno e do ambiente.
3. O ensaio só deve começar após ter sido atingido o equilíbrio de temperaturas, o que exige um período de condicionamento prévio.
4. Os instrumentos de medida devem dispor de certificado de calibração válido e ter a incerteza máxima de 0,5%.
1. A prova de resistência mecânica deve ser efectuada de acordo com as condições referidas no quadro seguinte:
Categoria do local |
Fluido utilizado no ensaio |
Pressão de ensaio | |
Mínima | Máxima | ||
1 | Água | 1,1 p.s.m. | p.e.f. |
2 | Água | 1,25 p.s.m. | p.e.f. |
3 | Água | 1,4 p.s.m. | p.e.f. |
4 | Água | 1,4 p.s.m. | p.e.f. |
sendo:
p.e.f. = pressão de ensaio na fábrica;
p.s.m. = pressão de serviço máxima.
2. Salvo decisão em contrário do técnico responsável pela inspecção e certificação, as condições constantes do quadro IV relativas às categorias 3 e 4 não têm aplicação nos seguintes casos:
1) Se, no momento da realização do ensaio de resistência, a temperatura do solo à profundidade da tubagem for inferior ou igual a 0° C, ou puder baixar até esse nível no fim do ensaio, ou ainda se não se dispuser de água em quantidade e qualidade convenientes;
2) Se o relevo da zona atravessada for de forma a obrigar a um seccionamento excessivo da tubagem para se poder efectuar o ensaio hidráulico.
3. Nos casos indicados no número anterior, a prova de resistência é efectuada com ar a uma pressão igual ao produto de 1,1 pela pressão de serviço máxima.
4. Os ensaios de resistência têm a duração mínima de 6 horas, à pressão máxima de ensaio.
1. Nos casos em que o ensaio da resistência tenha sido efectuado com água, o ensaio de estanquidade deve ser feito com o ar ou com o gás.
2. O ensaio de estanquidade pode também ser realizado com água, devendo, neste caso, a pressão situar-se entre os limites fixados para os ensaios de resistência mecânica efectuados com água, para a categoria do local de implantação correspondente, de acordo com o quadro IV do artigo 53.º.
3. Se o ensaio da resistência for feito com ar ou com o gás, o ensaio de estanquidade deve ser efectuado com o mesmo fluido à pressão de serviço máxima.
4. Os ensaios de estanquidade devem ter a duração mínima de 6 horas, depois de estabilizada a temperatura do fluido.
1. Deve ser elaborado um relatório de cada ensaio, da rede ou de qualquer troço, donde constem as seguintes indicações:
1) Referência dos troços ensaiados;
2) Data, hora e duração do ensaio;
3) Valores das temperaturas verificadas no fluido durante o ensaio;
4) Valores da pressão inicial e final do ensaio;
5) Conclusões;
6) Observações particulares.
2. Os relatórios devem ser elaborados por um técnico ou um organismo de inspecção reconhecidos.
1. As entidades exploradoras devem elaborar procedimentos de garantia de segurança relativos aos aspectos de operação, manutenção, inspecção e controlo dos gasodutos.
2. As entidades exploradoras devem dispor dos meios humanos, técnicos e materiais que lhes permitam assegurar o cumprimento do disposto no número anterior e intervir com a necessária rapidez e eficácia.
3. As tubagens só podem entrar em serviço depois de efectuados, com bons resultados, os ensaios de resistência e de estanquidade.
4. Na vizinhança das tubagens não podem realizar-se trabalhos susceptíveis de as afectar, directa ou indirectamente, sem que sejam tomadas as precauções consideradas suficientes pela respectiva entidade exploradora.
5. No caso de haver necessidade de efectuar trabalhos na vizinhança das tubagens, a entidade que os pretende realizar deve submeter o seu pedido à Direcção dos Serviços de Solos Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), indicando o tipo de tarefas, a data e o modo de as executar, os procedimentos de segurança a adoptar e o responsável pelos trabalhos referidos.
6. Apreciado o pedido, a DSSOPT deve informar a entidade exploradora para que esta possa tomar as medidas de segurança julgadas convenientes, emitindo a autorização para a execução dos trabalhos.
7. Em caso algum podem os trabalhos ser iniciados sem autorização da DSSOPT.
8. As entidades exploradoras devem dispor de, pelo menos, um serviço de atendimento permanente para receber informações relativas a eventuais anomalias nas tubagens.
9. As entidades exploradoras devem comunicar imediatamente às entidades competentes da Região as ocorrências relevantes no gasoduto, para que possam ser tomadas atempadamente as medidas que se revelem necessárias.
10. Deve ser impedido o acesso de pessoas estranhas às entidades exploradoras a troços visíveis dos gasodutos.
11. Quando se usarem vedações para o efeito do disposto no número anterior, devem as mesmas ter, pelo menos, 1,8 m de altura.
1. A introdução do gás combustível nas tubagens deve ser feita de modo a evitar-se a formação de misturas de ar-gás.
2. Para assegurar a separação dos dois fluidos deve ser feita a introdução prévia de um tampão de azoto ou de equipamento de limpeza e inspecção.
1. A entidade exploradora é obrigada a controlar pelos métodos apropriados e com a periodicidade adequada, o seguinte:
1) A qualidade do gás;
2) O valor da pressão efectiva nos gasodutos;
3) A estanquidade dos gasodutos.
2. Devem ser devidamente registadas todas as anomalias surgidas, bem como as respectivas acções correctoras efectuadas e outros dados considerados relevantes.
1. As inspecções dos gasodutos obedecem aos seguintes tipos:
1) Tipo A - as que têm por objectivo a detecção de danos causados por terceiros, podendo ser efectuadas por meios aéreos, veículos terrestres ou a pé;
2) Tipo B - as que têm por objectivo a detecção de possíveis anomalias, devendo ser efectuadas a pé.
2. O processo utilizado para a detecção de fugas deve garantir a necessária eficácia.
3. Os intervalos máximos entre as inspecções ou controlos consecutivos devem ser os referidos no quadro V, salvo o disposto nos números seguintes:
Categoria de localização |
1 e 2 | 3 | 4 |
Tipo A | 6 meses | 6 meses | 6 meses |
Tipo B | 2 anos | 1 ano | 1 ano |
Fugas | 6 anos | 4 anos | 4 anos |
4. Nos troços submersos e aéreos os intervalos entre inspecções e detecção de fugas ficam ao critério das entidades exploradoras, não podendo, porém, exceder 3 anos.
5. A inspecção da operacionalidade e a detecção de fugas nas válvulas do gasoduto ficam sujeitas aos intervalos máximos da inspecção do tipo B.
6. As instalações de protecção catódica devem ser controladas com a periodicidade preconizada pelo seu fabricante.
7. O funcionamento dos principais dispositivos de corte deve ser verificado periodicamente.
1. Os troços da tubagem em que as inspecções tenham detectado deteriorações devem ser reparados, substituídos, colocados fora de serviço ou com pressão de serviço reduzida, segundo o critério do responsável da manutenção da rede.
2. Os materiais utilizados nas reparações das tubagens devem ser compatíveis com o material destas e de qualidade aprovada.
3. As reparações definitivas nas tubagens devem realizar-se, de preferência, por soldadura, sendo estas posteriormente controladas por meio de ensaios não destrutivos.
4. Todas as reparações que impliquem a substituição de mais de três varas de tubagem obrigam à execução dos ensaios de resistência mecânica e de estanquidade mencionados no capítulo VI.
5. Quando se proceda ao esvaziamento de gás de uma tubagem, devem tomar-se as medidas de segurança necessárias.
1. Para efeitos da aplicação do presente regulamento, serão aceites as normas a seguir indicadas ou outras tecnicamente equivalentes:
1) NP-1 333 - Produtos petrolíferos. Ensaios de corrosão em lâmina de cobre com gases liquefeitos;
2) NP-1 641 - Redes de distribuição de gases combustíveis. Tubos de aço sem costura. Características e ensaios;
3) AINSI B 31.8 - Gas transmission and distribution piping systems;
4) AINSI B 16.9 - Wrought steel butt-welding fittings;
5) AINSI B 16.5 - Steel pipe flanges and flanged fitting;
6) AIP 5 L - Specification for line pipe;
7) AIP 6 D - Specification for steel gate, plug, ball and check valves for pipeline service;
8) API std 1 104 - Standard for welding pipelines and related facilities.
2. Sem prejuízo do disposto no presente regulamento, não é impedida a comercialização dos produtos, materiais, componentes e equipamentos por ele abrangidos, desde que acompanhados de certificados emitidos com base em especificações e procedimentos que assegurem uma qualidade equivalente à visada por este diploma.
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