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Eduardo Ribeiro de regresso a Portugal

Eduardo Ribeiro de regresso a Portugal JTM
Eduardo Ribeiro

Eduardo Ribeiro vai regressar a Portugal depois de 13 anos e alguns meses no Território, cinco dos quais como director da Imprensa de Macau que modernizou e dinamizou. A escassos dias do adeus, falou ao JTM da sua experiência a Oriente.


por: Josué da Silva, in JTM, 16.12.98

"POR TER SIDO vivida nesta terra singular que é Macau e pelo trabalho que aqui realizei, foi, de facto, posso afirmá-lo, uma experiência muito, muito interessante", começou por nos dizer Eduardo Ribeiro, sem grandes preâmbulos. E ao tocarmos na corda do retorno à Europa, tão sensível para a grande maioria dos portugueses, sorriu e respondeu: «Olhe, eu costumo dizer que sou nómada por nascimento, e explico porquê: vim ao mundo no deserto de Moçâmedes, em Angola. Este pequeno, mas importante, pormenor deixou-me uma marca muito especial de homem incapaz de se sentar na poltrona do simples sedentarismo. E não afirmo isto pelo facto de adorar ver-me em viagem, sempre que as obrigações mo permitem. É o percurso da minha existência que sublinha esta minha tendência."

E conta-nos que saindo de Angola, aos dez anos de idade, para ir estudar em Portugal, a partir daí "tenho vivido como que ao sabor dos ventos do deserto, se me permite esta frase que utilizo muito amiúde."

Claro que a volta ao solo angolano, sua terra origem, depois de acabar os estudos, era inevitável.

Corria o ano de 1972 quando deixou o rectângulo transtagano. "Repare que, desde essa altura, portanto, em mais de duas décadas e meia, só me fixei em Portugal três anos. O resto do meu tempo de adulto vivi-o em África e na Ásia. A ânsia de mudança é, em mim, uma constante e, curiosamente, não apenas na minha vida geográfica, mas, igualmente, na profissional". Torna-se fácil verificar: em 13 anos e pouco de Macau, foi director de quatro serviços.

E prossegue: "Quando cheguei ao Território, nem de perto nem de longe me passou pela cabeça a Imprensa de Macau. Na realidade, vim para exercer um cargo na Inspecção de jogos". Ainda nesse cargo, acumulou durante cerca de um ano aquilo que era nesse tempo a Cadeia Central de Macau. Em seguida, surgiu a possibilidade da experiência como director dos Serviços Prisionais e de Reinserção Social, onde, por opção, acabou por se fixar até 1990. "Após esta data, fui solicitado para a formação de uma equipa a trabalhar num projecto que acabou por dar origem ao Gabinete de Prevenção da Droga, gabinete esse de que fui o coordenador", esclarece. "Só depois é que passei à direcção da Imprensa Oficial. Como se vê, para mim, parar é um pouco como morrer. Ora a minha atitude perante o mundo é a do movimento perpétuo, mesmo que pareça exagero. E o que me impele está na necessidade, não somente de descobrir novos horizontes, mas da descoberta do que possa haver para além desses horizontes".

Evidentemente que tudo isto vinha a propósito das saudades que Eduardo Ribeiro possa vir ou não a sentir de Macau no seu retorno a Portugal. Sublinha, a propósito, que encara este seu regresso "como mais uma fase daquilo a que chamo a minha vida de nomadismo. Natural é que, de uma forma ou de outra, tenhamos saudades do que é Macau. Mas comigo, o que se passa é que essa saudade acaba por ser temperada pelo espírito de descoberta numa sucessiva linha de horizontes. Trata-se, julgo eu, de cada um de nós ser diferente do outro, na interpretação destes sentimentos. Depois, a isto misturam-se os receios pelo próximo futuro. Mas eu, como todos o viandantes, sou um optimista".

Reviravolta na Imprensa Oficial

Eduardo Ribeiro não foge, de qualquer maneira, à sequela muito lusitana do desvendar de "novos mundos", sejam eles os geográficos ou outros, menos íntimos, de experiência atrás de experiência, com algo que satisfação anseio de um construtor de "outros" rumos.

"De facto, o que eu penso ter notado quando cheguei à direcção da Imprensa Oficial, era que o pessoal que ali trabalhava estava mal aproveitado. Não se tratava de fazer um balanço negativo da capacidade das pessoas, pelo contrário. Apercebi-me, rapidamente, das potencialidades do material humano ali existente. Assim sendo, o importante seria pôr a funcionar e a rentabilizar melhor as suas capacidades. E foi o que se fez, no primeiro momento. A ideia motora viria a ser o passarmos, em primeiro lugar e tão depressa quanto possível, do chamado velho cicio do chumbo — da ‘impressão a quente’ como então se dizia — que eu viera encontrar na empresa, para a digitalização do equipamento. E em menos de seis meses operou-se uma significativa reviravolta, talvez não muito grande mas verdadeiramente significativa, no processo de trabalho, logo, nos resultados finais, da Imprensa Oficial".

Tudo aparentemente fácil. Eduardo Ribeiro diz-nos: "Não, não foi fácil, visto que uma melhoria substancial em qualquer área da vida ou sector empresarial, não se rege por facilidades. E uma boa parte deste sucesso, deve-se a um factor que tem de ser sublinhado: as pessoas que fui encontrar ali, eram, todas elas, gente muito incentivada e desejosas de ajudar a construir um autêntico trabalho de equipa". Naturalmente, recorda Eduardo Ribeiro, "houve que recorrer a uma norma de reciclagem, posto que não seria de pé para a mão que se saltava do chumbo para a impressão digital. No entanto, ninguém foi despedido. O aproveitamento humano foi total".

Localização sem problemas

Conhece-se o facto de a Imprensa ser a única empresa oficial do Território a não ter de recorrer a subsídios. Eduardo Ribeiro explica: "Coincidência ou não, a Imprensa conheceu, a partir da minha entrada para sua direcção, um período de expansão e rentabilidade que nunca conhecera antes. É de ver que tive a honestidade, ao tomar conta do cargo, de dizer às duas dezenas e meia de operários que ali funcionavam: eu entendo de gestão, mas nada do que é para mim este novo campo. Venham ideias. E toda aquela gente se desfez em ideias, valha a verdade. Tivemos que fazer triagem. Nem todas as ideias eram razoáveis ou aproveitáveis. No entanto, foi com uma mão cheia de excelentes ideias que talhámos aquilo que eu suponho, e os resultados assim o confirmam, o melhor caminho para a Imprensa Oficial, na base imprescindível de uma gestão muito cuidadosa. Tratou-se de criar receitas através da expansão na procura de mercados e conseguiu-se, assim, polarizar a nossa produção gráfica, o que nunca tinha acontecido. Hoje produzimos cerca de uma centena de publicações, além do Boletim Oficial, o que é obra. E tudo sempre actualizado. Graças à nossa impressora digital e ao esforço de todos quantos ali colaboram".

Faltava tocarmos num ponto bastante sensível: a localização. Eduardo Ribeiro, não vacilou na resposta: "Desde que cheguei a Macau, há 13 anos, tive sempre a preocupação, em todos os serviços por onde passei, de aproveitar os quadros existentes, melhorar a sua técnica e a sua compreensão dos problemas. Aconteceu o mesmo na Imprensa e isto para que as coisas funcionassem bem, não apenas agora mas no que respeitava ao futuro. E digo e friso bem esta afirmação: a Imprensa Oficial fica bem entregue no que concerne a esse futuro. Não tenho a mínima dúvida".

 


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